segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Whole30 Experiment - Dia 31

Costumo deixar as publicações já programadas e por isso durante todo o mês de Outubro ainda não havia comentado sobre o Whole30.

Hoje consegui parar pra escrever e contar como foi.

Minhas amigas compraram o livro e eu até hoje ainda não li. Tô na fila do empréstimo hehehe. Masssss eu recomendo fortemente! Muitas dicas e regras que não tem no site. Se vc pode ler em inglês, o site gringo é bem mais completo que em português.
Agora, vamos lá:

Alguns posts atrás eu contei sobre as expectativas sobre parar de consumir açúcar. A bem da verdade é que comecei achando que não conseguiria. NUNCA fiquei tanto tempo sem comer doces. No domingo antes de começar a dieta, fiz as compras da semana, cheguei em casa e fiquei umas duas horas na cozinha. Cozinhei batata baroa e batata doce no vapor, e também brócolis e couve-flor. Planejei uma carne diferente para cada dia da semana, e um acompanhamento diferente pra cada dia. Mas calculei mal, pq era almoço e janta. Enfim, deixar tudo pronto fez toooooda diferença. As vezes eu chegava morta de fome e desejando pizza. Mas a comida prontinha, só precisando esquentar, te ajuda na hora de fazer a decisão certa. Você pode conferir algumas receitinhas e fotos do cardápio lá no meu instagram . Ficamos numa boa com relação ao menu da primeira semana, mas eu deseja doce todo santo dia. Nessa hora foi super importante estar rodeada de pessoas que estavam na mesma vibe que eu. As amigas do grupo do zapzap que criamos para essa finalidade, diariamente me incentivavam e me ajudaram a passar por isso. Lá pelo décimo dia, os sintomas iniciais (intestino desregulado, mini espinhas no rosto e nas costas, irritação, desânimo) começaram a diminuir.
   Do décimo primeiro dia em diante é que as coisas começaram mesmo a mudar. Nos eventos sociais ao invés de me sentir irritada e excluída por não poder comer nada, eu estava feliz e confiante. Quando alguém dizia "mas então come o que?" eu respondia feliz e super cheia de segurança como aquela escolha estava me fazendo bem. Foi nesse momento que eu me pesei e tomei um susto! Menos 2.5kg. Marido bateu menos 3kg. Foi o gás que eu precisava pra continuar.
   Aos poucos fui lendo mais a respeito, entendendo melhor o efeito de certos alimentos no meu corpo, vivendo na prática que a tal "modinha" de evitar glúten e lactose não era modinha pra mim. Desinchei muito, parei de ter refluxo, o intestino ficou regulado e aquela fome descontrolada desapareceu.
   Percebi que estava comendo muitooooo carboidrato, poucas gorduras saudáveis e ficava presa em uma lista bem restrita de alguns alimentos.
   Aos poucos outras amigas foram aderindo ao nosso projeto, os maridos entraram na onda, passamos a compartilhar receitinhas, dicas, truques pra variar o cardápio tendo uma rotina corrida,.. E sem perceber chegamos aqui. Um mês sem trigo, sem leite, sem grãos, sem leguminosas e sem nenhum tipo de açúcar, nem adoçantes e ZERO industrializados. Parece bem restritiva a principio, mas na verdade o que parecia uma prisão, era na verdade liberdade.
   A gente nem se dá conta do quanto somos reféns da industria e como nossa alimentação fica restringida a três ingredientes: trigo, leite e soja. Praticamente TODOS os alimentos industrializados tem um ou todos esses três, Se não, tem açúcar. E é engraçado como as pessoas só pensam: Se não pode trigo, o que eu vou comer? Mas ninguém se questiona: Hummm tudo o que eu como tem glúten. Isso não está certo.
   O experimento seguindo o programa Whole30 me trouxe essa consciência. Claro que até hoje eu ainda sinto vontade de comer um brigadeiro. E provavelmente eu coma em algum momento. Mas hoje, eu penso que eu não preciso. Pq eu não quero passar mal dois dias por causa de um docinho que me deu 5 minutos de prazer. E quando eu como 1, quero comer mais 27. E eu não quero isso.
   Resumidamente: Aprendi a diferenciar fome de vontade de comer, reduzi os carboidratos e meu corpo está respondendo muito bem, não tenho mais aqueles ataques de fome pouco tempo depois de comer, todas as minhas roupas estão largas e eu me sinto no controle de tudo. Estou feliz, muito feliz. Eu consegui!!!
   E eu tinha planejado comer minha sobremesa favorita hoje. Mas eu decidi ficar mais 36 dias seguindo o programa. Principalmente porque sinto que segui um programa com sucesso, mas não mudei o hábito com relação ao açúcar. Eu não quero planejar comer um doce no off da dieta. Eu não quero mais fazer dieta e nem fazer off. Quero levar uma vida saudável. comer o que me faz bem e tomar a decisão certa pra mim quando estiver em uma festinha, por exemplo. No próximo mês, eu conto um pouco mais. Até lá!    

sábado, 29 de outubro de 2016

Das coisas da moda

(Quer saber que eu estava ouvido quando escrevi? clique aqui )

Não me deixa feliz começar a escrever qualquer coisa com "Eu". Ou verbos conjugados na primeira pessoa. Me faz sentir meio egocêntrica. E pensando na linha que viria a seguir lembrei de uma conversa na mesa do café da manhã sobre identidade. Resumidamente falávamos que a construção da identidade parte da convivência com o outro. Falávamos sobre seguir ou não tendências e que mesmo quando não as seguimos é por causa destas que andamos na direção oposta, logo, estamos sempre sob influência dos modismos. Para o sim e para o não.

   Eu (eu!) gostava de Jack Johnson e meus amigos nem sabiam quem era. Eu li Kerouac pelo menos uns dez anos antes de o filme parar nos cinemas (e confesso sem constrangimento que comprei o livro quando vi na contracapa a foto do autor - com um jeito meio James Dean - e desejei tomar um café com ele. E daí? Quem nunca?). Acho que num determinado momento eu quis muito ser uma pseudo intelectualóide-cult e ficava procurando aquilo que não era modinha ainda nas bandas de cá. Até o dia em que conheci um.

[ ... ]
   No meio de tanta gente, lá estava ... o cara que usava lenço à moda europeia e conquistava a todos com críticas densas de filmes "B", referências musicais do underground cult, comentários inteligentes sobre política e um humor ácido e descontraído quando o assunto era a burguesia elitista, os "novo rich" e os hippies da praça XV.
  Confesso que fiz questão de parecer blasé e pouco interessada, mas na verdade não conseguia não estar prestando atenção ao cara do lenço à moda europeia. Bonito, bem vestido, sorriso de propaganda de creme dental. Até que em um certo momento (não sei como exatamente isso aconteceu, too many caipirinhas na praia, eu acho) me pego sentada no deck conversando com o cara do lenço. Ouvindo histórias incríveis sobre um Ashram na Índia, a culinária peculiar da Noruega e como ele viajou por um ano inteirinho, o que ele adorava repetir na expressão "ano sabático".
   Num dado ponto da conversa, meu complexo de Bob  (se não sabe do que tô falando assista aqui) já tinha me levada pra outro lugar, imaginando as coisas mais doidas e a voz do cara do lenço era apenas um eco... Tentei fazer o moço ficar quieto, ofereci alguns beijos e olhares insinuando que aquele lugar não seria apropriado para minhas intenções. E já no carro, o cara do lenço interrompeu o amasso com a seguinte declaração: "Olha, não costumo me interessar por pessoas que não tem pelo menos uma bagagem intelectual minimamente satisfatória. mas tu és como uma iguaria a ser experimentada, uma personalidade crua e intrigante. Com a curadoria certa, vais longe." Ele pára, me olha profundamente com olhar sedutor e me diz "Eu aceito ser seu mentor". E como se estivéssemos em um filme mexicano de quinta categoria, me beija com tamanha devoção que me deixa paralisada. Eu ouvi isso mesmo? Não, espera. Sério? Me desvencilhei do cara do lenço, que a essa altura mais me lembrava um polvo em meio a um ataque epilético tentando me segurar em todas as partes ao mesmo tempo e ainda incrédula e sem saber o que dizer, calei. Juntei minhas coisas e saí andando. Ele não veio atrás de mim, tampouco fez qualquer contato depois disso.
   Nos encontramos ainda algumas vezes em meio a amigos em comum. Ele me olhava com um olhar misterioso digno de um galã mexicano e eu só tinha vontade de rir. Impossível não pensar no cara do lenço toda vez que eu encontro alguém preocupado demais em mostrar o quanto é interessante / inteligente.
[ ... ]

Minha infância, marcada pelo abandono, me levou a acreditar que eu precisava ser "especial" para que as pessoas gostassem de mim, Cheguei aos vinte e poucos anos devorando os clássicos da literatura, buscando bandas poucos conhecidas para gostar, discutindo Freud com a minha terapeuta, pesquisando sobre novas tendências e me inteirando dos assuntos do momento.
O cara do lenço me trouxe uma reflexão interessante naquela época. Nada externo, por mais incrível que fosse me faria alguém melhor. Muito menos eu poderia me deixar limitar por supostas experiências traumáticas da infância.
Placar final: Cara do Lenço 1 x 0 Terapeuta.

E em homenagem ao Cara do Lenço, um Tomate Confit (que de chic tem só o nome e o sabor, mas é muito simples de preparar), que teve seu modo de preparo desconstruído e simplificado, mas que continuou delicioso.


  • Corte tomates cerejas ao meio, em uma frigideira antiaderente refogue um dente de alho amassado em azeite, acrescente os tomates, abaixe o fogo, tempere com sal e pimenta e uma pitada de açúcar mascavo. O tomate vai soltar água e parece que tudo está perdido. mantenha em fogo médio mexendo apenas se necessário até que o liquido comece a secar, o funco caramelize e os tomates fiquem lindamente brilhantes. Recomendo fortemente finalizar com tomilho fresco ou orégano fresco. Se usar as ervas secas, use bem pouquinho para elas não roubarem o sabor delicado dos tomates. Acompanha lindamente torradas, ovos mexidos, ou o que seu coração mandar. 




 



sábado, 22 de outubro de 2016

Fatos aleatórios (comidinhas inclusas)


  • Quando eu tinha uns 14 anos, um menino da escola de quem eu gostava me convidou pra ir na Roda Gigante com ele. Poderia ser romântico se ele não estivesse usando calça de moletom com chinelo e comendo Biluzitos. Biluzitos?? Porra ... Quem convida uma gatinha pra ir na Roda Gigante e vai comendo Biluzitos?? Ok. Ele tinha uns 15 anos. Sem noção.
  • Na casa da minha avó rolava de vez em quando no domingo aquela sobremesa clássica dos anos 80. Gelatina colorida com leite condensado. Odeio  gelatina. mas por algum motivo bizarro, gosto dessa. (Eu comeria pedra se fosse coberta com leite condensado. Motivo revelado)  
  • Minha imaginação é super fértil. Tudo o que me dizem eu imagino coisas, imagens, me imagino salvando o  mundo. Eu sou muito como o Bob ( quer conhecer o Bob? clica aqui ) E quando eu vi o Bob pela primeira vez eu quase surtei. Daí uma professora me disse que ele fazia aniversário no mesmo dia que eu. Já adulta, um dia descobri que a data de lançamento do desenho foi mesmo 08/09 de 1990. Dia do meu aniversário. Eu odiei a professora Margareth por anos pq achava que ela estava tirando sarro com a minha cara. Foi mal, profe!
  • Quando eu era criança queria ter super poderes. Tipo, ler a mente das pessoas, ficar invisível, mover coisas só com a força do pensamento. Até hoje adoro personagens com esses poderes (tipo a Sookie, ou os caras de Sense8.) Hummm ... ok, eu admito. Ainda quero. 
  • Já assisti a "O Fabuloso Destino de Amelie Poulin" umas 15 vezes. Assistiria outras. 
  • Só por causa do filme resolvi provar creme brulée. Certamente uma das minhas sobremesas favoritas. Em Paris, comi creme brulée de uma confeitaria famosinha. Mas o melhor que já comi foi feito pela minha amiga Gabi. Gabi, vc é a melhor fazedora de creme brulée do mundo. 
  • Adoro pessoas que sorriem com o olhar. Me sinto atraída por elas ... como se fossem imãs. Esse sorriso não é um sorriso que se finge. É uma coisa que vem de dentro. Não sei explicar. Adoro pessoas que sorriem com o olhar. Algumas fazem isso só as vezes. Adoro aquelas que fazem isso sem pensar ... 
  • A primeira comida que me recordo estar envolvida no preparo foi tatuíra pega na praia enquanto acampávamos. Elas foram fervidas numa panela velha em um fogareiro ao lado da barraca. Eram cinzas e ficaram vermelhinhas. Minha mãe diz que é impossível eu lembrar disso, já que deveria ter uns 3 anos no máximo. Mas eu lembro até do gosto. 
  • Meu pai, sempre que estava perto de um cemitério, costumava levar a mim e meu irmão. Ficávamos andando pelas lápides, calculando a idade das pessoas, olhando as fotos, criando histórias de como a pessoa morreu. Nunca vimos os cemitérios como lugares assustadores. Eram lugares de histórias por contar. 
Aproveito o embalo para fazer uma lista de coisas legais que você deveria saber sobre comida:
  • Quando folhas como hortelã, tomilho, salsinha, alface, rúcula, espinafre, etc... começarem a murchar na geladeira, mergulhe-as em agua fria e deixe por meia hora. Escorra bm e guarde num pote fechado na geladeira. A Neide Rigo que ensinou essa técnica. As folhas voltam a vida e duram muitooooo. 
  • Deixar os grãos (arroz, aveia, cevadinha) e leguminosas (feijão, lentilha, grão de bico) de molho por pelo menos 24 horas, trocando a agua uma vez e acrescentando gotinhas de limão no molho evita aquele estufamento? (leia mais aqui)
  • É muito fácil fazer sua própria manteiga? É só bater num processador ou batedeira. Eu já fiz muitas vezes e além de fácil o resultado é delicioso. (aprendi aqui)
  • Bananas muito maduras? Congela!! Ótimo pra fazer sorvete, sucos e vitaminas. 
  • Seus potinhos de plástico estão fedidinhos? Depois de lavar como de costume, com o pote ainda molhado polvilhe bicarbonato de sódio, tampe e deixe agir por algumas horas. Enxague bem e pronto!! Potinho limpinho e sem cheiro esquisito.

E você? Tem alguma memória aleatória que quer compartilhar? Ou uma diquinha ixperta na cozinha? Me conta aqui nos comentários ;)

sábado, 15 de outubro de 2016

Era uma vez (1)

(Quer saber o que eu estava ouvindo? clica aqui )

Ela estava perdida.
Havia deixado tudo pra trás. Um oceano a separava de tudo o que já era. Da outra vida, apenas uma mala com um apanhado de roupas que ela decidiu levar sem fazer nenhuma reflexão. Ela teve medo de pensar na mala. "Não preciso disso, mas vou levar, caso eu nunca mais volte." E então, mergulhada na culpa do pensamento, não levou. Deixou tudo o que mais gostava, como uma garantia de que voltaria. Ela queria voltar. Ela queria partir. Ela sabia que não teria tudo. E foi.

Ela estava perdida.
Lembrava da despedida. Queria ficar lá pra sempre. Mas queria que o avião partisse logo e acabasse com o sofrimento. Ela não sabia se era lágrima de adeus ou de volto logo. Ela sentia as duas coisas com tanta verdade, que era difícil só de pensar. Ela não entendia.
Mas então era tudo novo. Bacon and eggs, please. Parecia que estava tão preparada.
A cada dia que passava a outra vida se afastava mais. Ela gostava da outra vida. Ela sonhava com a outra vida. Ela se gabava por ter a outra vida. "Tão perfeitinha, aquela minha outra vida"

Mas é que ... ela estava perdida.
Não é que ela fazia certo ou errado. É que ela nem sabia pra onde estava indo. "Pra quem não sabe pra onde vai, qualquer caminho serve" - foi assim pra Alice em Wonderland. E já que qualquer caminho servia, ela foi escolhida pelo caminho. Ela queria experimentar tudo. Como nos filmes, os vizinhos trouxeram uma torta de maçã. Ela quase não acreditou. Como nos filmes, eles fizeram festas na piscina, bebidas e a polícia apareceu. Como nos filmes, ela bebeu demais. Ela levou o cara que se achava demais pro seu quarto. Ela fez tudo o que ele pediu, e ele dizia como ela era boa.  Mas no fim, mandou ele embora e disse "Como vc é patético". Ela riu dele. Ela usou a desculpa da bebida. Mas gostou de humilhar o cara que se achava demais. Mas é que ... ela não sabia que fazia o mal a si própria.

Ela se sentia perdida.
Ela pensava "Deve ser assim no Mar Morto. Você não bate os braço e não afunda. Você só precisa manter a cabeça pra fora d'água. Respira." Ela estava no Mar Morto. Ela não sentia mais tristeza pelo fim da outra vida. A vida dela agora era aquela. Mas aquela estava vazia. Ela sentia que não havia nada. E resolveu ficar por ali mesmo. Aceitava o que lhe davam. E quando era ruim ela dizia com frieza: "Não me serve. Vai embora". Mas depois aceitava. Ela já não sentia mais. Era o Mar Morto.

Ela entendeu que perdida, era onde ela precisava estar.
Ela deu tudo, até que ficou vazia. Um dia, o cara que a conhecia de uma ooooooutra vida distante olhou pra ela disse: "Tá vazia. Não tem nada aí".Ela pensou que ele iria embora. Mas ele a abraçou em silêncio. Ela em silêncio. Pensou "Ele quer que eu dê alguma coisa pra ele". mas ele não queria. Ele só abraçou seu silêncio. E depois de alguns minutos, se foi. Naquela noite, ela não dormiu. Ela olhou pro teto ( dessa vez sozinha e sem o tédio habitual) e ela parou de dizer "Aquela outra vida, a vida antes dessa, a vida de agora ... " Ela entendeu que só tinha uma vida e muitas possibilidades. E se perdoou por ter agido como se estivesse em festinha de criança."Todas essas coisas diferentes bem aqui ao meu alcance, eu quero tudo, amanhã a festinha vai ter acabado e eu vou desejar ter tido tudo" Ela fez isso ... Ela se lambuzou de exagero, ela bebeu todos os drinks, ela se deliciou com todas as guloseimas, ela tirou a roupa e se jogou na piscina na madrugada.

Ela sabe quem ela é.
Ela foi até o fim. Ela se apaixonou. Ela traiu e foi traída. Ela abandonou e foi abandonada. Ela amou e foi amada. Ela rejeitou e foi rejeitada. Ela bateu e apanhou. E hoje ela gosta do que vê. Ela sabe o que sente. Ela continua sem saber pra onde ir, mas entendeu que o caminho é mais importante que a chegada.

***********
E para aqueles dias que você não sabe pra onde vai, nem de onde veio... aqueles em que não vai dar tempo pra comer alguma coisa decente, ou que vc só está com preguiça mesmo, eis minha solução. Pode levar no picnic, pra faculdade, pro escritório. Bota na marmita e come frio mesmo. Se joga que é sucesso:

  • Coloque em um bowl 1 xic de arroz integral já cozido e acrescente: abobrinha ralada, cenoura ralada, pimentão em cubinhos, azeitona picada, ou tudo o que sua imaginação mandar (ou que sua geladeira permitir). Gosta de carne? Se tiver um bifinho de ontem dando sopa, pode colocar bem picadinho também. O segredo é colocar tudo picadinho. Queijo, presunto, cogumelo. Vc decide. Tempera com sal, pimenta do reino, ervinhas frescas. Acrescente um ovo levemente batido, mistura tudo muito bem e vai acrescentando farinha de trigo, uma colher de cada vez até sentir que "deu a liga". Coloque colheradas dessa massa pra fritar em uma frigideira antiaderente untada com óleo de côco (ou qualquer um que vc prefira). DOure dos dois lados, sempre em fogo baixo e tampando a frigideira nos intervalos pra garantir que eles fiquem cozidos por dentro. Pode comer quentinho ou frio. No dia seguinte fica ótimo pra comer na correria. Eu gosto de transformar esse bolinho em uma refeição mais completinha, então sempre tento incluir uma fonte de proteína (carne, feijão, farinha de grão de bico) e qtos legumes e verduras forem possível (amo colocar espinafre e couve).   
    Depois de prontos (com marquinhas do grill pq esses ja haviam sido congelados depois de feitos)

    Pra fazer graça, acompanhados de hommus e saladinha. 
                    

sábado, 8 de outubro de 2016

Nem tudo é o que parece ser.

 (Quer saber o que eu estava ouvindo? clica aqui)

   Há um tempo escrevi lá no meu instagram (você pode ler aqui ) sobre minha relação com doce e em especial sobre brigadeiro. Eu AMO leite condensado. Sou intolerante à lactose, tenho alergia a caseína (nao deveria consumir leite de jeito nenhum) e além de estar acima do que eu considero meu peso ideal, ainda tenho uma condição alérgica bem séria que piora vertiginosamente por causa do consumo de laticínios e excesso de açúcar.
   É uma relação de amor e ódio, sei que vai me fazer mal, mas naquela fração em que eu tomo a decisão de comer algo que desejava tanto ... só naquele átimo de segundo me sinto invadida por uma onda de felicidade, plenitude e satisfação. Mas passa rápido. Depois vem a realizaçao da grande cagada que eu fiz. E logo mais a frente, o sofrimento consequente dessas escolhas.
   Isso me faz pensar na vida.

   Acho que todo mundo já passou por isso na vida. Comida, família, amigos, desejos secretos. Não importa o objeto do desejo. Sabemos que vai fazer mal, mas por algum motivo que desconheço (ou não?) seguimos em frente, na direção do arrependimento certeiro em troca de alguns segundos de prazer.

   A seguir, vou publicar uma série de pequenos textos. Muitos recuperados dos meus arquivos antigos. O mais antigo é de 2009. O mais recente de ontem. Eles terão o título "Era Uma Vez". São divagações livres, baseadas em fatos reais ou sem compromisso algum com a verdade. Coisas que só aconteceram na minha cabeça, outras ao pé da letra. Se trata de uma livre expressão artística, por assim dizer. Sem meias palavras. Sem compromisso. Algumas delas são histórias que ouvi de gente que não tem coragem de contar. Outras, apenas observei .. algumas vivi.

   E se você reconhecer alguém em algum desses causos ... Bom... Qualquer semelhança com fatos reais deve ser considerado mera coincidência.
  (conteúdo impróprio para menores. e pros agentes da moral e bons costumes. e pra gente chata. considere-se avisado).

E pra receita de hoje, achei que essa combinaria. Parece estranha mas é super normal. Parece difícil, mas é muito simples.

  • Coloque os legumes de sua preferência em uma assadeira (eu coloquei berinjela, abobrinha, tomate, pimentão amarelo, cebola e alho) use os temperos que quiser (fui de sal, pimenta preta e tomilho fresco), regue com azeite de oliva e leve ao forno até que tudo pareça cozido e o fundo da forma esteja começando a caramelizar (se tem água no fundo, deixa mais tempo.) Para o molho branco: 300ml de leite de amendoas (pode usar leite comum) + 1 col de amido de milho + 1 col de ghee (pode ser manteiga) + temperinhos (eu usei cebola em pó, pimenta do reino, sal e noz moscada ralada). Leve ao fogo até engrossar. Cozinha o macarrão que te fizer feliz, coloca o molho branco, os legumes assados, rega com azeite e seja feliz. Meu marido que é super carnívoro, ama coxinha e pão de queijo é fã dessa massinha. 









sábado, 1 de outubro de 2016

Whole30 Experiment - Dia 1

   Há muitos anos li um livro chamado Sugar Blues. Na época só tinha em inglês, ninguém ainda falava muito disso e eu fiquei chocada. Principalmente por sacar que eu sempre fui viciada em açúcar.
  Acho que a pior coisa de quando vc tem um vício, é não admitir. Ao insistir na negação, você acaba por não procurar ajuda. o vício em açúcar é tão ou mais poderoso que qualquer outra substância.
  Daí que ao  longo dos anos fui lendo cada vez mais, e fazendo algumas substituições e até eliminando o açúcar em muitos casos. Parei de comprar açúcar branco e passei a usar apenas mascavo, mel, melado orgânico e quando possível adoçava certas preparações com pure de frutas (tâmara, damasco, maçã) ou suco de fruta (maçã, uva). Do café, cortei totalmente e até hoje me pergunto como eu pude tomar café adoçado. Se sinto cheiro de café adoçado me dá náuseas. Claro que foi um processo, tive que me acostumar, mas ao menos pra mim, foi uma das melhores coisas que fiz.
   Mas acredito que a gente vai dando um passo de cada vez em direção aquilo que almeja, e a cada passo a gente enxerga uma coisinha a mais que lá no início do caminho ainda não dava pra ver. Essa coisinha é quele detalhe que a ciência explica: no nosso corpo, glicose é glicose. Não importa se a fonte de glicose seja carboidrato simples, mel, banana ou sorvete. É claro que de um modo geral, é muito mais saudável comer uma banana com mel do que sorvete com calda. Mas quando seu corpo começa a dar sinais de que você está exagerando no açúcar, vai tudo pra mesma conta. Seja banana ou brigadeiro. É tudo glicose em excesso circulando no corpo.
   Minhas amigas me chamaram pra participar do desafio Whole30. Se vc não sabe do que se trata, clique aqui. Basicamente, o programa consiste em 30 dias sem açúcar, sem grãos, sem refinados, sem farinhas, laticínios e industrializados.
   De tudo o que mais me assusta é abrir mão dos doces. Ao mesmo tempo chega a ser ridículo eu saber que uma vida plena e saudável está ao meu alcance e eu fico dizendo que não consigo. Tem gente em cadeira de rodas jogando basquete, cegos andando sozinhos na rua,
   Enfim, o desafio começa hoje. Criamos um grupo no WhatsApp para compartilharmos nossas experiências. Fizemos pesagens e tiramos fotos. Vou registrar nossa experiência aqui. Mas já vou avisando, isso não é um daqueles espaços mega motivacionais com gente que segue tudo à risca. Vou contar minha experiência de verdade, as dificuldades, o bom e o ruim. E no caminho, algumas receitinhas permitidas no programa.

Pra começar, Lasanha de berinjela. Tudo permitido. E deliciosa:


  • Refogue a carne moída e tempere à gosto (a minha coloco em fogo baixo, sem nada na panela. Ela começa a soltar água. Coloco cebola e alho, shoyo e pimenta do reino, tomilho fresco. Também gosto de usar páprica defumada pra dar uma corzinha. Aumento o fogo e vou mexendo com uma colher de pau pra desfazer os grumos da carne. A água seca e eu deixo dar uma fritadinha pra ficar com uma cor bonita. Eu faço isso uma vez a cada 15 dias e deixo sempre congelado em porções). Prepare um molho de tomate (o meu, uso uns 5 tomates picadinhos e dois batidos no liqui. Refogo alho no azeite, acrescento os tomates, manjericão fresco, fogo baixo até reduzir e ficar vermelhinho. Geralmente uso açúcar mascavo pra reduzir a acidez, mas açúcar tá proibido, então pra vencer a acidez (se houver) bata uma tâmara junto com os tomates ou acrescente meia cenoura ralada bem fininha ao molho. Para a berinjela, corte no sentido do comprimento fatias de aproximadamente 1cm. Pincele com azeite dos dois lados (sem exageros pra nao ficar oleoso!) e doure dos dois lados em uma frigideira antiaderente. Agora é só montar: Camadas de berinjela, carne moída, molho de tomate. Finalize com molho. Se quiser, pode fazer no dia anterior, cobrir com papel alumínio e deixar na geladeira. Daí é só colocar no forno antes de servir. Fica ainda melhor no dia seguinte. AAAAhhhhh e sem queijo, please! hahahah Foi mal, mas essa foto foi da lasanha da semana passada.Vou trocar a foto assim que fizer a dessa semana.  
(Obs: Tenho alguns posts programados com receitas antigas e que não fazem parte do programa Whole30)