segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Copo meio cheio ou meio vazio - Re-significando experiências

 
Das coisas que me fazem feliz. Muto feliz. Transbordando de feliz. 
 Depois do desafio Whole30 - decidi ficar mais 36 dias seguindo a mesma linha. Um dos motivos é que eu ainda não me senti firme no lance de estar realmente livre da dependência de açúcar.
Mas eis que depois de 38 dias. eu sucumbi. E foi com doce.
   Eu tinha ficado tão triste com essa recaída ... Ouvi de tudo um pouco ... Que era loucura fazer dieta restritiva, que um docinho só não me faria mal, que "essas dietas são insustentáveis a longo prazo".
   Damos muita atenção ao que as outras pessoas dizem, e por fim acabamos filtrando aquilo que vai corroborar com nossos desejos, e nos apoiamos nisso. Ao passo que também aquilo que nos desagrada serve para dizer que os outros "não entendem" nossas escolhas. Quando na verdade, e vc com vc mesmo. Só falta admitir isso.
   E depois de ter ficado realmente triste e decepcionada com minha atitude, uma amiga querida (Valeu, Lilian! ) deu aquele empurrãozinho pra fazer cair a ficha. E eu me senti naquelas maquinas de Jackpot em filmes americanos que as moedas começam a cair em forma de cascata.
   Ela me disse: Pensa pelo lado bom, agora vc pode recomeçar com a vantagem de já saber como vai ser. Reconheça seu sucesso até aqui. Bingo!!! Era isso!
  Euzinha, que comia sobremesa ate no cafe da manha, passei 38 dias sem comer nenhum industrializado, nenhuma farinha, nenhum bolinho, panqueca ou qualquer trapacinha pseudo-saudável que me enganasse a vontade de doce. Nenhum açúcar, nem mel, evitando fortemente as frutas muito doces pra reeducar meu paladar. Quer saber > Essa foi uma baita vitória. Em 38 dias, eu recusei sobremesa em festinhas de criança, casamentos, eventos profissionais. Durante 38 dias eu comi castanhas enquanto meus amigos petiscavam guloseimas. Durante 38 dias eu vi as pessoas a minha volta comendo meus doces favoritos, e eu escolhi não comer. O saldo desses 38 dias foi incrível. Eu parei de dizer "eu preciso de um doce". Porque eu sei que não preciso. Eu aprendi a identificar fome e ansiedade. E ainda digo mais, ter comido doce naquele momento, por inúmeros motivos que nem vem ao caso (vai parecer desculpa esfarrapada. Então, ficamos assim. Comi e ninguém botou uma arma na minha cabeça pra isso) me fez perceber uma coisa. Eu ainda adoro docinho, doce de leite e chocolate. Mas me fazem muito mal. Mal além da estética. E eu consigo refletir melhor sobre se vale a pena passar mal por isso. As vezes vale. Outras não. E eu acho que já posso identificar isso com mais coerência.
   Hoje é meu #dia2 - segunda fase. E eu me sinto uma profissional. Recomeço mais um mês de alimentação limpa e saudável. Escolhas conscientes, cabeça tranquila, e quem sabe uns quilinhos a menos.

Cacau

 

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Dicas de café da Manhã - Whole30 approved

  Eu acho que já contei que nunca fui uma pessoa "matinal". Desde muito criança tive problemas de insônia, aos 14 anos já trabalhava durante o dia e estudava de noite, sempre acordando super cedo ... Enfim, uma vida de manhãs sonolentas e sempre atrasada pra alguma coisa.

   Hoje eu como brócolis no café da manhã. Mas foi um processo. Então, senta que lá vem a história.

   Quando morei na Flórida, trabalhei em um lugar com menu basicamente de café da manhã. Bom, e café da manhã americano, vamos combinar... É bem ... caprichado, digamos. Tanto em casa, quanto no trabalho, comecei a curtir o café da manhã. Como começava a trabalhar um pouquinho mais tarde e sempre curti cozinhar, fui explorando o fantástico mundo do café da manhã e das atividades matinais. Quando juntei as escovas de dentes com Marido, aproveitava os finais de semana pra caprichar na mesa posta e nas opções. E nossa mesa sempre tinha queijo, presunto, requeijão, geleias, pães doces, salgados, recheados, com cobertura, bolo, suco de laranja, café passado ou algum capucino em pó. Em dois anos engordamos consideravelmente. Culpa dos nossos muito hábitos gastronômicos deliciosamente exagerados. E sentimos que perdemos saúde nesse processo ... E então, veio a nova descoberta. o café da manhã "mais limpo". Ovos, frutas, iogurte, aveia, mel, pão integral, queijos artesanais, geleias caseiras. Aos poucos as minhas alergias alimentares foram piorando cada vez mais, eu me sentia cada vez menos disposta e sabia que a comida tinha grande participação nisso tudo.
   Gosto de informação completa. Odeio ficar flutuando em algum assunto. E adoro tudo sobre comida. Então, desde meu primeiro livro sobre o assunto - Sugar Blues, há uns 18 anos - até hoje, já foram muitos livros, documentários, artigos científicos, entrevistas com médicos e nutricionistas e toda sorte de informação disponível nesse rede de meu deus. Com o tempo, fui testando o que era legal pra gente, o que cabia na nossa rotina, que alimentos estavam disponíveis e com boa oferta na nossa cidade ... E claro, cada vez mais fazendo escolhas mais saudáveis de verdade. Por fim chegamos à conclusão de estávamos comendo muitooooo mais carboidrato do que o necessário. E isso é agora. Estamos super adaptados, felizes e não sentimos falta de nada de antes. Eis o cardápio:


  • Bulletproof Coffee: Não vou falar sobre os motivos pelos quais escolhemos consumir nosso café assim. Há controvérsias sobre o assunto e acho que cada um deve procurar um profissional atualizado e de sua confiança para falar sobre isso. Me restrinjo apenas a dizer que faço o café na french press, e depois bato no mixer nessa proporção: 400ml de café passado + 1 colher de óleo de coco extra virgem + 1 colher de manteiga ghee + 1 colher pequena de canela em pó. Essa quantidade serve duas porções. 
  • Ovos mexidos: Segundo o Dr. Lair Ribeiro o ovo é o segundo melhor alimento, perdendo apenas para o leite materno. Mexidos pq é fácil de fazer e nós adoramos. Pra variar as vezes uso cogumelos, ou brócolis, espinafre. 
  • Frutas: procuro escolher dentro das possibilidades aquelas que menos elevam a glicose no sangue e em quantidades moderadas (morango, melão, mirtilo, mamão, abacate, coco...)  Procure seu médico nutrologista para conversar sobre isso. 
  • Quando não tomo o bulletproof, gosto de incluir pasta de amêndoas, que é uma ótima fonte de gorduras boas, proteínas, etc...


Quando enjoo do ovo mexido, como cozido, picadinho com mostarda e azeite, se não rolar comer ovo escolho um vegetal bacana, tipo brócolis ou espinafre com azeite de oliva extra virgem e algumas oleaginosas. 

Isso tudo é o que funciona 
pra mim, é como eu me sinto bem. Minha alimentação tem o objetivo de me manter saudável, feliz, disposta. E desde que cortei os carbos refinados e açucares (há um mês) venho perdendo uns quilinhos também *rs

Por enquanto tá bom assim. Daqui um ano vamos ver onde essa história foi parar. 

Boa jornada!

Cacau 

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

O poder da organização

Eu não sou organizada. Eu tento. Mas meus dias nunca saem como planejados, eu faço o que não estava nos planos e adio o que estava marcado há uma semana. Sou dessas. Mas às vezes sou ridiculamente virginiana. Metódica. Precisa. Chata. Muito chata. TOC. Se a linha estiver torta eu não durmo. Enfim, vamos ao que interessa. Fez a lista de compras? Não sabe o que fazer com tanta coisa nova? Muita calma nessa hora. Titia Cacau vai te ajudar:

  • Batata doce e inhame: Lave, deixe de molho (inteiro e com casca) por pelo menos 8 horas. No caso do inhame, descasque, corte em fatias e cozinhe só até ficar macio. Não pode ser muito molenga. A batata doce eu gosto de cortar em fatias grossas e cozinhar no vapor, com casca. Uso uma panela grande, 1/3 da capacidade de água e algumas gotas de limão pra panela não ficar escura. Coloco uma peneira de metal em cima e tampo pra prender o vapor. Depois, divida em porções que sejam adequadas pra vc (eu uso saquinhos para freezer) e se for consumir em até 5 dias, deixa na geladeira. Mais do que isso, congela. 
  • Brócolis, couve-flor, cenoura, beterraba, chuchu. abobrinha: Lava bem, corta em pedaços uniformes pra que todos cozinhem por igual. Eu gosto de fazer tudo no vapor. Deixa a panela fervendo e só vai colocando os alimentos ali. Também prefiro que eles fiquem bem crocantes, mas vc pode ir experimentando e ver qual ponto de cozimento prefere. Aconselho fortemente a cozinhar o mínimo possível. Conserva melhor o alimento e seus nutrientes. Pra armazenar, vale a mesma dica das batatas. 
  • Aipim: Vamos combinar que descascar aipim ninguém merece! Compro daqueles pacotes já prontinhos. Panela de pressão, chiou conta 8 minutos, deixa a pressão sair, checa se está molinho e pronto. 
  • Folhas: Se vc curte suco verde, pode começar a pensar em dar uma variada nas folhas. Mas se ainda tem apeguinho na couve, no meu instagram eu contei como faço pra conservar melhor. É só lavar, secar, dobrar fofinha assim e congelar. Aproveitando o assunto suco verde, também congelo o abacaxi em cubos junto com as folhas de hortelã. Para as demais (alface, rúcula, espinafre, acelga, mostarda, seja feliz explorando novos sabores) é só lavar, deixar escorrendo (eu uso um pano de prato limpo) tirar todo o excesso de água e colocar num pote que tenha uma tampa bem boa ou cobrir com filme plástico. Se não tiver excesso de agua e ficar bem vedado, dura uma semana tranquilamente. 
  • Carnes: Eu prefiro deixar tudo pré organizado e fazer as carnes na hora. Mas isso é uma questão bem pessoal. Algumas coisas que eu sempre tenho já prontas e porcionadas são: frango desfiado, carne moída basicona (refogada só com cebola, alho, sal e pimenta), molho de tomate e hambúrguer congelado. Ahhhh e tem o hamburger né? Super prático! Compro acém moído, peço pra moer duas vezes, faço o formato de hambúrguer, embalo em filme plástico e congelo. Fica assim. Sem sal, nem tempero. Na hora de preparar, frigideira antiaderente bem quente, untada com óleo de coco, sal e pimenta por cima e prontinho. DO freezer direto pra panela. 
  • Gosto também de ter sempre uma sopinha congelada. No instagram também tem várias receitinhas. Faz a sua preferida, e na hora daquele fome desesperadora quando vc não tem tempo nem energia pra nada, descongela uma sopinha enquanto toma banho. Ou leva congelada mesmo pro trabalho. Na hora do almoço é só aquecer. 
  • Ovos: Como ovo todos os dias. E costumo deixar pelo menos alguns sempre cozidos na geladeira. As vezes preciso sair de casa com pressa e não preparei nada, pego um potinho, coloco dois ovos, umas castanhas e um damasco. Pronto! já tenho um super lanche na mão. Essa jantinha saiu assim: cortei uma abobrinha em fatias, joguei azeite e sal, forno bem quente até ficar linda. Ovos cozidos e uma azeitona pra dar uma graça. Exige zero habilidade na cozinha e apenas 5 minutos de preparo.Vc pode colocar praticamente qualquer legume no forno com azeite que dá certo. Os mais firmes, tipo cenoura, beterraba e afins, é legal embrulhar em papel alumínio. 

Eu espero que essas dicas tenham ajudado vc a tomar coragem e se jogar nessa aventura do mundo moderno: 30 dias apenas com comida de verdade! 

Boa jornada!

Cacau

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Reeducação alimentar, Whole30 e sobre como converter seus amigos em passos simples :)

Claro que a parte de converter os amigos é só uma brincadeira.
A verdade é que vários amigos que estão acompanhando virtualmente ou presencialmente nossa trajetória de reeducação alimentar através do Whole30 estão nos fazendo mil perguntas, nos parabenizando e eventualmente, entrando pro time. E isso está sendo uma experiência super bacana.

Depois de duas novas adições ao nosso grupo original, hoje uma amiga que tenho graaaaande carinho e admiração me chamou pra perguntar um pouco mais sobre essa aventura. Se você der um google na palavra Whole30, além do site oficial vai encontrar uma infinidade de blogs e pessoas falando sobre o assunto. Mas resolvi escrever um pouco mais do que já não é novidade pq eu sei que é muito mais legal quando alguém que vc conhece divide a experiência.

Hoje criamos mais um grupo de apoio (rsrsrs) Whole30. Com a Nathália e mais algumas amigas de Brasília.
Achei que seria bem válido compilar aqui as informações iniciais.
Nah, obrigada pela oportunidade de compartilhar e aprender ainda mais com vcs!

Vamos lá!


  • Primeiro de tudo, leia as regras do programa aqui . Leia tudo, sem trapaças, na ordem que aparece. No último passo tem uma lista de compras com todos os itens permitidos. mas sou legal e vou resumir pra vocês: Carnes (todas), ovos (preferencialmente caipira orgânicos), legumes, verduras, frutas, oleaginosas. 


  • Fique atento à lista de alimentos proibidos, mas não pira que "não pode comer nada". Não é bem assim. Feijão, arroz, grãos integrais, farinhas saudáveis, tudo suspenso por enquanto.

  • Açúcar ou adoçantes: não pode nenhum, Nem mel. Nem stevia. Nem natural. Nem nada que adoce de jeito nenhum. Neca. Nada.
  • Se vc tiver em casa alimentos do tipo: miojo, sucrilhos, chocolate. açúcar, pipoca, salgadinhos, refri, etc, te aconselho fortemente a doar pra alguém, despachar pro vizinho, manda pra casa da tia, qualquer coisa. Na hora do desespero por um alimento proibido é muito mais fácil lidar com isso se você só tiver banana em casa do que se você tiver uma barra de chocolate. Faça uma limpa geral na despensa e geladeira. 
  • E agora, o que eu acho mais importante: ESTEJA SEMPRE PREPARADO! Organização é a chave do sucesso. Não se meta na armadilha de "comi porque era a única opção". 
  • Depois de limpar a despensa e a geladeira, analise com calma e sem preconceito a lista de compras dos alimentos permitidos, faça a sua própria lista de compras com os itens que vc gosta, que encontra na sua região, que estão dentro do seu orçamento E NÃO PIRA no aspargos e blueberry. Sério. Se vc pode comprar, tem na sua região, massa! Se não, ignora. Ninguém precisa de aspargos e frutas vermelhas pra ser saudável. Brócolis e morango estão de bom tamanho. 

Amanhã vou contar como se organizar depois de fazer as compras! 

Deixa seu comentário se tiver alguma dúvida!

Boa Jornada!!

Cacau





segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Whole30 Experiment - Dia 31

Costumo deixar as publicações já programadas e por isso durante todo o mês de Outubro ainda não havia comentado sobre o Whole30.

Hoje consegui parar pra escrever e contar como foi.

Minhas amigas compraram o livro e eu até hoje ainda não li. Tô na fila do empréstimo hehehe. Masssss eu recomendo fortemente! Muitas dicas e regras que não tem no site. Se vc pode ler em inglês, o site gringo é bem mais completo que em português.
Agora, vamos lá:

Alguns posts atrás eu contei sobre as expectativas sobre parar de consumir açúcar. A bem da verdade é que comecei achando que não conseguiria. NUNCA fiquei tanto tempo sem comer doces. No domingo antes de começar a dieta, fiz as compras da semana, cheguei em casa e fiquei umas duas horas na cozinha. Cozinhei batata baroa e batata doce no vapor, e também brócolis e couve-flor. Planejei uma carne diferente para cada dia da semana, e um acompanhamento diferente pra cada dia. Mas calculei mal, pq era almoço e janta. Enfim, deixar tudo pronto fez toooooda diferença. As vezes eu chegava morta de fome e desejando pizza. Mas a comida prontinha, só precisando esquentar, te ajuda na hora de fazer a decisão certa. Você pode conferir algumas receitinhas e fotos do cardápio lá no meu instagram . Ficamos numa boa com relação ao menu da primeira semana, mas eu deseja doce todo santo dia. Nessa hora foi super importante estar rodeada de pessoas que estavam na mesma vibe que eu. As amigas do grupo do zapzap que criamos para essa finalidade, diariamente me incentivavam e me ajudaram a passar por isso. Lá pelo décimo dia, os sintomas iniciais (intestino desregulado, mini espinhas no rosto e nas costas, irritação, desânimo) começaram a diminuir.
   Do décimo primeiro dia em diante é que as coisas começaram mesmo a mudar. Nos eventos sociais ao invés de me sentir irritada e excluída por não poder comer nada, eu estava feliz e confiante. Quando alguém dizia "mas então come o que?" eu respondia feliz e super cheia de segurança como aquela escolha estava me fazendo bem. Foi nesse momento que eu me pesei e tomei um susto! Menos 2.5kg. Marido bateu menos 3kg. Foi o gás que eu precisava pra continuar.
   Aos poucos fui lendo mais a respeito, entendendo melhor o efeito de certos alimentos no meu corpo, vivendo na prática que a tal "modinha" de evitar glúten e lactose não era modinha pra mim. Desinchei muito, parei de ter refluxo, o intestino ficou regulado e aquela fome descontrolada desapareceu.
   Percebi que estava comendo muitooooo carboidrato, poucas gorduras saudáveis e ficava presa em uma lista bem restrita de alguns alimentos.
   Aos poucos outras amigas foram aderindo ao nosso projeto, os maridos entraram na onda, passamos a compartilhar receitinhas, dicas, truques pra variar o cardápio tendo uma rotina corrida,.. E sem perceber chegamos aqui. Um mês sem trigo, sem leite, sem grãos, sem leguminosas e sem nenhum tipo de açúcar, nem adoçantes e ZERO industrializados. Parece bem restritiva a principio, mas na verdade o que parecia uma prisão, era na verdade liberdade.
   A gente nem se dá conta do quanto somos reféns da industria e como nossa alimentação fica restringida a três ingredientes: trigo, leite e soja. Praticamente TODOS os alimentos industrializados tem um ou todos esses três, Se não, tem açúcar. E é engraçado como as pessoas só pensam: Se não pode trigo, o que eu vou comer? Mas ninguém se questiona: Hummm tudo o que eu como tem glúten. Isso não está certo.
   O experimento seguindo o programa Whole30 me trouxe essa consciência. Claro que até hoje eu ainda sinto vontade de comer um brigadeiro. E provavelmente eu coma em algum momento. Mas hoje, eu penso que eu não preciso. Pq eu não quero passar mal dois dias por causa de um docinho que me deu 5 minutos de prazer. E quando eu como 1, quero comer mais 27. E eu não quero isso.
   Resumidamente: Aprendi a diferenciar fome de vontade de comer, reduzi os carboidratos e meu corpo está respondendo muito bem, não tenho mais aqueles ataques de fome pouco tempo depois de comer, todas as minhas roupas estão largas e eu me sinto no controle de tudo. Estou feliz, muito feliz. Eu consegui!!!
   E eu tinha planejado comer minha sobremesa favorita hoje. Mas eu decidi ficar mais 36 dias seguindo o programa. Principalmente porque sinto que segui um programa com sucesso, mas não mudei o hábito com relação ao açúcar. Eu não quero planejar comer um doce no off da dieta. Eu não quero mais fazer dieta e nem fazer off. Quero levar uma vida saudável. comer o que me faz bem e tomar a decisão certa pra mim quando estiver em uma festinha, por exemplo. No próximo mês, eu conto um pouco mais. Até lá!    

sábado, 29 de outubro de 2016

Das coisas da moda

(Quer saber que eu estava ouvido quando escrevi? clique aqui )

Não me deixa feliz começar a escrever qualquer coisa com "Eu". Ou verbos conjugados na primeira pessoa. Me faz sentir meio egocêntrica. E pensando na linha que viria a seguir lembrei de uma conversa na mesa do café da manhã sobre identidade. Resumidamente falávamos que a construção da identidade parte da convivência com o outro. Falávamos sobre seguir ou não tendências e que mesmo quando não as seguimos é por causa destas que andamos na direção oposta, logo, estamos sempre sob influência dos modismos. Para o sim e para o não.

   Eu (eu!) gostava de Jack Johnson e meus amigos nem sabiam quem era. Eu li Kerouac pelo menos uns dez anos antes de o filme parar nos cinemas (e confesso sem constrangimento que comprei o livro quando vi na contracapa a foto do autor - com um jeito meio James Dean - e desejei tomar um café com ele. E daí? Quem nunca?). Acho que num determinado momento eu quis muito ser uma pseudo intelectualóide-cult e ficava procurando aquilo que não era modinha ainda nas bandas de cá. Até o dia em que conheci um.

[ ... ]
   No meio de tanta gente, lá estava ... o cara que usava lenço à moda europeia e conquistava a todos com críticas densas de filmes "B", referências musicais do underground cult, comentários inteligentes sobre política e um humor ácido e descontraído quando o assunto era a burguesia elitista, os "novo rich" e os hippies da praça XV.
  Confesso que fiz questão de parecer blasé e pouco interessada, mas na verdade não conseguia não estar prestando atenção ao cara do lenço à moda europeia. Bonito, bem vestido, sorriso de propaganda de creme dental. Até que em um certo momento (não sei como exatamente isso aconteceu, too many caipirinhas na praia, eu acho) me pego sentada no deck conversando com o cara do lenço. Ouvindo histórias incríveis sobre um Ashram na Índia, a culinária peculiar da Noruega e como ele viajou por um ano inteirinho, o que ele adorava repetir na expressão "ano sabático".
   Num dado ponto da conversa, meu complexo de Bob  (se não sabe do que tô falando assista aqui) já tinha me levada pra outro lugar, imaginando as coisas mais doidas e a voz do cara do lenço era apenas um eco... Tentei fazer o moço ficar quieto, ofereci alguns beijos e olhares insinuando que aquele lugar não seria apropriado para minhas intenções. E já no carro, o cara do lenço interrompeu o amasso com a seguinte declaração: "Olha, não costumo me interessar por pessoas que não tem pelo menos uma bagagem intelectual minimamente satisfatória. mas tu és como uma iguaria a ser experimentada, uma personalidade crua e intrigante. Com a curadoria certa, vais longe." Ele pára, me olha profundamente com olhar sedutor e me diz "Eu aceito ser seu mentor". E como se estivéssemos em um filme mexicano de quinta categoria, me beija com tamanha devoção que me deixa paralisada. Eu ouvi isso mesmo? Não, espera. Sério? Me desvencilhei do cara do lenço, que a essa altura mais me lembrava um polvo em meio a um ataque epilético tentando me segurar em todas as partes ao mesmo tempo e ainda incrédula e sem saber o que dizer, calei. Juntei minhas coisas e saí andando. Ele não veio atrás de mim, tampouco fez qualquer contato depois disso.
   Nos encontramos ainda algumas vezes em meio a amigos em comum. Ele me olhava com um olhar misterioso digno de um galã mexicano e eu só tinha vontade de rir. Impossível não pensar no cara do lenço toda vez que eu encontro alguém preocupado demais em mostrar o quanto é interessante / inteligente.
[ ... ]

Minha infância, marcada pelo abandono, me levou a acreditar que eu precisava ser "especial" para que as pessoas gostassem de mim, Cheguei aos vinte e poucos anos devorando os clássicos da literatura, buscando bandas poucos conhecidas para gostar, discutindo Freud com a minha terapeuta, pesquisando sobre novas tendências e me inteirando dos assuntos do momento.
O cara do lenço me trouxe uma reflexão interessante naquela época. Nada externo, por mais incrível que fosse me faria alguém melhor. Muito menos eu poderia me deixar limitar por supostas experiências traumáticas da infância.
Placar final: Cara do Lenço 1 x 0 Terapeuta.

E em homenagem ao Cara do Lenço, um Tomate Confit (que de chic tem só o nome e o sabor, mas é muito simples de preparar), que teve seu modo de preparo desconstruído e simplificado, mas que continuou delicioso.


  • Corte tomates cerejas ao meio, em uma frigideira antiaderente refogue um dente de alho amassado em azeite, acrescente os tomates, abaixe o fogo, tempere com sal e pimenta e uma pitada de açúcar mascavo. O tomate vai soltar água e parece que tudo está perdido. mantenha em fogo médio mexendo apenas se necessário até que o liquido comece a secar, o funco caramelize e os tomates fiquem lindamente brilhantes. Recomendo fortemente finalizar com tomilho fresco ou orégano fresco. Se usar as ervas secas, use bem pouquinho para elas não roubarem o sabor delicado dos tomates. Acompanha lindamente torradas, ovos mexidos, ou o que seu coração mandar. 




 



sábado, 22 de outubro de 2016

Fatos aleatórios (comidinhas inclusas)


  • Quando eu tinha uns 14 anos, um menino da escola de quem eu gostava me convidou pra ir na Roda Gigante com ele. Poderia ser romântico se ele não estivesse usando calça de moletom com chinelo e comendo Biluzitos. Biluzitos?? Porra ... Quem convida uma gatinha pra ir na Roda Gigante e vai comendo Biluzitos?? Ok. Ele tinha uns 15 anos. Sem noção.
  • Na casa da minha avó rolava de vez em quando no domingo aquela sobremesa clássica dos anos 80. Gelatina colorida com leite condensado. Odeio  gelatina. mas por algum motivo bizarro, gosto dessa. (Eu comeria pedra se fosse coberta com leite condensado. Motivo revelado)  
  • Minha imaginação é super fértil. Tudo o que me dizem eu imagino coisas, imagens, me imagino salvando o  mundo. Eu sou muito como o Bob ( quer conhecer o Bob? clica aqui ) E quando eu vi o Bob pela primeira vez eu quase surtei. Daí uma professora me disse que ele fazia aniversário no mesmo dia que eu. Já adulta, um dia descobri que a data de lançamento do desenho foi mesmo 08/09 de 1990. Dia do meu aniversário. Eu odiei a professora Margareth por anos pq achava que ela estava tirando sarro com a minha cara. Foi mal, profe!
  • Quando eu era criança queria ter super poderes. Tipo, ler a mente das pessoas, ficar invisível, mover coisas só com a força do pensamento. Até hoje adoro personagens com esses poderes (tipo a Sookie, ou os caras de Sense8.) Hummm ... ok, eu admito. Ainda quero. 
  • Já assisti a "O Fabuloso Destino de Amelie Poulin" umas 15 vezes. Assistiria outras. 
  • Só por causa do filme resolvi provar creme brulée. Certamente uma das minhas sobremesas favoritas. Em Paris, comi creme brulée de uma confeitaria famosinha. Mas o melhor que já comi foi feito pela minha amiga Gabi. Gabi, vc é a melhor fazedora de creme brulée do mundo. 
  • Adoro pessoas que sorriem com o olhar. Me sinto atraída por elas ... como se fossem imãs. Esse sorriso não é um sorriso que se finge. É uma coisa que vem de dentro. Não sei explicar. Adoro pessoas que sorriem com o olhar. Algumas fazem isso só as vezes. Adoro aquelas que fazem isso sem pensar ... 
  • A primeira comida que me recordo estar envolvida no preparo foi tatuíra pega na praia enquanto acampávamos. Elas foram fervidas numa panela velha em um fogareiro ao lado da barraca. Eram cinzas e ficaram vermelhinhas. Minha mãe diz que é impossível eu lembrar disso, já que deveria ter uns 3 anos no máximo. Mas eu lembro até do gosto. 
  • Meu pai, sempre que estava perto de um cemitério, costumava levar a mim e meu irmão. Ficávamos andando pelas lápides, calculando a idade das pessoas, olhando as fotos, criando histórias de como a pessoa morreu. Nunca vimos os cemitérios como lugares assustadores. Eram lugares de histórias por contar. 
Aproveito o embalo para fazer uma lista de coisas legais que você deveria saber sobre comida:
  • Quando folhas como hortelã, tomilho, salsinha, alface, rúcula, espinafre, etc... começarem a murchar na geladeira, mergulhe-as em agua fria e deixe por meia hora. Escorra bm e guarde num pote fechado na geladeira. A Neide Rigo que ensinou essa técnica. As folhas voltam a vida e duram muitooooo. 
  • Deixar os grãos (arroz, aveia, cevadinha) e leguminosas (feijão, lentilha, grão de bico) de molho por pelo menos 24 horas, trocando a agua uma vez e acrescentando gotinhas de limão no molho evita aquele estufamento? (leia mais aqui)
  • É muito fácil fazer sua própria manteiga? É só bater num processador ou batedeira. Eu já fiz muitas vezes e além de fácil o resultado é delicioso. (aprendi aqui)
  • Bananas muito maduras? Congela!! Ótimo pra fazer sorvete, sucos e vitaminas. 
  • Seus potinhos de plástico estão fedidinhos? Depois de lavar como de costume, com o pote ainda molhado polvilhe bicarbonato de sódio, tampe e deixe agir por algumas horas. Enxague bem e pronto!! Potinho limpinho e sem cheiro esquisito.

E você? Tem alguma memória aleatória que quer compartilhar? Ou uma diquinha ixperta na cozinha? Me conta aqui nos comentários ;)

sábado, 15 de outubro de 2016

Era uma vez (1)

(Quer saber o que eu estava ouvindo? clica aqui )

Ela estava perdida.
Havia deixado tudo pra trás. Um oceano a separava de tudo o que já era. Da outra vida, apenas uma mala com um apanhado de roupas que ela decidiu levar sem fazer nenhuma reflexão. Ela teve medo de pensar na mala. "Não preciso disso, mas vou levar, caso eu nunca mais volte." E então, mergulhada na culpa do pensamento, não levou. Deixou tudo o que mais gostava, como uma garantia de que voltaria. Ela queria voltar. Ela queria partir. Ela sabia que não teria tudo. E foi.

Ela estava perdida.
Lembrava da despedida. Queria ficar lá pra sempre. Mas queria que o avião partisse logo e acabasse com o sofrimento. Ela não sabia se era lágrima de adeus ou de volto logo. Ela sentia as duas coisas com tanta verdade, que era difícil só de pensar. Ela não entendia.
Mas então era tudo novo. Bacon and eggs, please. Parecia que estava tão preparada.
A cada dia que passava a outra vida se afastava mais. Ela gostava da outra vida. Ela sonhava com a outra vida. Ela se gabava por ter a outra vida. "Tão perfeitinha, aquela minha outra vida"

Mas é que ... ela estava perdida.
Não é que ela fazia certo ou errado. É que ela nem sabia pra onde estava indo. "Pra quem não sabe pra onde vai, qualquer caminho serve" - foi assim pra Alice em Wonderland. E já que qualquer caminho servia, ela foi escolhida pelo caminho. Ela queria experimentar tudo. Como nos filmes, os vizinhos trouxeram uma torta de maçã. Ela quase não acreditou. Como nos filmes, eles fizeram festas na piscina, bebidas e a polícia apareceu. Como nos filmes, ela bebeu demais. Ela levou o cara que se achava demais pro seu quarto. Ela fez tudo o que ele pediu, e ele dizia como ela era boa.  Mas no fim, mandou ele embora e disse "Como vc é patético". Ela riu dele. Ela usou a desculpa da bebida. Mas gostou de humilhar o cara que se achava demais. Mas é que ... ela não sabia que fazia o mal a si própria.

Ela se sentia perdida.
Ela pensava "Deve ser assim no Mar Morto. Você não bate os braço e não afunda. Você só precisa manter a cabeça pra fora d'água. Respira." Ela estava no Mar Morto. Ela não sentia mais tristeza pelo fim da outra vida. A vida dela agora era aquela. Mas aquela estava vazia. Ela sentia que não havia nada. E resolveu ficar por ali mesmo. Aceitava o que lhe davam. E quando era ruim ela dizia com frieza: "Não me serve. Vai embora". Mas depois aceitava. Ela já não sentia mais. Era o Mar Morto.

Ela entendeu que perdida, era onde ela precisava estar.
Ela deu tudo, até que ficou vazia. Um dia, o cara que a conhecia de uma ooooooutra vida distante olhou pra ela disse: "Tá vazia. Não tem nada aí".Ela pensou que ele iria embora. Mas ele a abraçou em silêncio. Ela em silêncio. Pensou "Ele quer que eu dê alguma coisa pra ele". mas ele não queria. Ele só abraçou seu silêncio. E depois de alguns minutos, se foi. Naquela noite, ela não dormiu. Ela olhou pro teto ( dessa vez sozinha e sem o tédio habitual) e ela parou de dizer "Aquela outra vida, a vida antes dessa, a vida de agora ... " Ela entendeu que só tinha uma vida e muitas possibilidades. E se perdoou por ter agido como se estivesse em festinha de criança."Todas essas coisas diferentes bem aqui ao meu alcance, eu quero tudo, amanhã a festinha vai ter acabado e eu vou desejar ter tido tudo" Ela fez isso ... Ela se lambuzou de exagero, ela bebeu todos os drinks, ela se deliciou com todas as guloseimas, ela tirou a roupa e se jogou na piscina na madrugada.

Ela sabe quem ela é.
Ela foi até o fim. Ela se apaixonou. Ela traiu e foi traída. Ela abandonou e foi abandonada. Ela amou e foi amada. Ela rejeitou e foi rejeitada. Ela bateu e apanhou. E hoje ela gosta do que vê. Ela sabe o que sente. Ela continua sem saber pra onde ir, mas entendeu que o caminho é mais importante que a chegada.

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E para aqueles dias que você não sabe pra onde vai, nem de onde veio... aqueles em que não vai dar tempo pra comer alguma coisa decente, ou que vc só está com preguiça mesmo, eis minha solução. Pode levar no picnic, pra faculdade, pro escritório. Bota na marmita e come frio mesmo. Se joga que é sucesso:

  • Coloque em um bowl 1 xic de arroz integral já cozido e acrescente: abobrinha ralada, cenoura ralada, pimentão em cubinhos, azeitona picada, ou tudo o que sua imaginação mandar (ou que sua geladeira permitir). Gosta de carne? Se tiver um bifinho de ontem dando sopa, pode colocar bem picadinho também. O segredo é colocar tudo picadinho. Queijo, presunto, cogumelo. Vc decide. Tempera com sal, pimenta do reino, ervinhas frescas. Acrescente um ovo levemente batido, mistura tudo muito bem e vai acrescentando farinha de trigo, uma colher de cada vez até sentir que "deu a liga". Coloque colheradas dessa massa pra fritar em uma frigideira antiaderente untada com óleo de côco (ou qualquer um que vc prefira). DOure dos dois lados, sempre em fogo baixo e tampando a frigideira nos intervalos pra garantir que eles fiquem cozidos por dentro. Pode comer quentinho ou frio. No dia seguinte fica ótimo pra comer na correria. Eu gosto de transformar esse bolinho em uma refeição mais completinha, então sempre tento incluir uma fonte de proteína (carne, feijão, farinha de grão de bico) e qtos legumes e verduras forem possível (amo colocar espinafre e couve).   
    Depois de prontos (com marquinhas do grill pq esses ja haviam sido congelados depois de feitos)

    Pra fazer graça, acompanhados de hommus e saladinha. 
                    

sábado, 8 de outubro de 2016

Nem tudo é o que parece ser.

 (Quer saber o que eu estava ouvindo? clica aqui)

   Há um tempo escrevi lá no meu instagram (você pode ler aqui ) sobre minha relação com doce e em especial sobre brigadeiro. Eu AMO leite condensado. Sou intolerante à lactose, tenho alergia a caseína (nao deveria consumir leite de jeito nenhum) e além de estar acima do que eu considero meu peso ideal, ainda tenho uma condição alérgica bem séria que piora vertiginosamente por causa do consumo de laticínios e excesso de açúcar.
   É uma relação de amor e ódio, sei que vai me fazer mal, mas naquela fração em que eu tomo a decisão de comer algo que desejava tanto ... só naquele átimo de segundo me sinto invadida por uma onda de felicidade, plenitude e satisfação. Mas passa rápido. Depois vem a realizaçao da grande cagada que eu fiz. E logo mais a frente, o sofrimento consequente dessas escolhas.
   Isso me faz pensar na vida.

   Acho que todo mundo já passou por isso na vida. Comida, família, amigos, desejos secretos. Não importa o objeto do desejo. Sabemos que vai fazer mal, mas por algum motivo que desconheço (ou não?) seguimos em frente, na direção do arrependimento certeiro em troca de alguns segundos de prazer.

   A seguir, vou publicar uma série de pequenos textos. Muitos recuperados dos meus arquivos antigos. O mais antigo é de 2009. O mais recente de ontem. Eles terão o título "Era Uma Vez". São divagações livres, baseadas em fatos reais ou sem compromisso algum com a verdade. Coisas que só aconteceram na minha cabeça, outras ao pé da letra. Se trata de uma livre expressão artística, por assim dizer. Sem meias palavras. Sem compromisso. Algumas delas são histórias que ouvi de gente que não tem coragem de contar. Outras, apenas observei .. algumas vivi.

   E se você reconhecer alguém em algum desses causos ... Bom... Qualquer semelhança com fatos reais deve ser considerado mera coincidência.
  (conteúdo impróprio para menores. e pros agentes da moral e bons costumes. e pra gente chata. considere-se avisado).

E pra receita de hoje, achei que essa combinaria. Parece estranha mas é super normal. Parece difícil, mas é muito simples.

  • Coloque os legumes de sua preferência em uma assadeira (eu coloquei berinjela, abobrinha, tomate, pimentão amarelo, cebola e alho) use os temperos que quiser (fui de sal, pimenta preta e tomilho fresco), regue com azeite de oliva e leve ao forno até que tudo pareça cozido e o fundo da forma esteja começando a caramelizar (se tem água no fundo, deixa mais tempo.) Para o molho branco: 300ml de leite de amendoas (pode usar leite comum) + 1 col de amido de milho + 1 col de ghee (pode ser manteiga) + temperinhos (eu usei cebola em pó, pimenta do reino, sal e noz moscada ralada). Leve ao fogo até engrossar. Cozinha o macarrão que te fizer feliz, coloca o molho branco, os legumes assados, rega com azeite e seja feliz. Meu marido que é super carnívoro, ama coxinha e pão de queijo é fã dessa massinha. 









sábado, 1 de outubro de 2016

Whole30 Experiment - Dia 1

   Há muitos anos li um livro chamado Sugar Blues. Na época só tinha em inglês, ninguém ainda falava muito disso e eu fiquei chocada. Principalmente por sacar que eu sempre fui viciada em açúcar.
  Acho que a pior coisa de quando vc tem um vício, é não admitir. Ao insistir na negação, você acaba por não procurar ajuda. o vício em açúcar é tão ou mais poderoso que qualquer outra substância.
  Daí que ao  longo dos anos fui lendo cada vez mais, e fazendo algumas substituições e até eliminando o açúcar em muitos casos. Parei de comprar açúcar branco e passei a usar apenas mascavo, mel, melado orgânico e quando possível adoçava certas preparações com pure de frutas (tâmara, damasco, maçã) ou suco de fruta (maçã, uva). Do café, cortei totalmente e até hoje me pergunto como eu pude tomar café adoçado. Se sinto cheiro de café adoçado me dá náuseas. Claro que foi um processo, tive que me acostumar, mas ao menos pra mim, foi uma das melhores coisas que fiz.
   Mas acredito que a gente vai dando um passo de cada vez em direção aquilo que almeja, e a cada passo a gente enxerga uma coisinha a mais que lá no início do caminho ainda não dava pra ver. Essa coisinha é quele detalhe que a ciência explica: no nosso corpo, glicose é glicose. Não importa se a fonte de glicose seja carboidrato simples, mel, banana ou sorvete. É claro que de um modo geral, é muito mais saudável comer uma banana com mel do que sorvete com calda. Mas quando seu corpo começa a dar sinais de que você está exagerando no açúcar, vai tudo pra mesma conta. Seja banana ou brigadeiro. É tudo glicose em excesso circulando no corpo.
   Minhas amigas me chamaram pra participar do desafio Whole30. Se vc não sabe do que se trata, clique aqui. Basicamente, o programa consiste em 30 dias sem açúcar, sem grãos, sem refinados, sem farinhas, laticínios e industrializados.
   De tudo o que mais me assusta é abrir mão dos doces. Ao mesmo tempo chega a ser ridículo eu saber que uma vida plena e saudável está ao meu alcance e eu fico dizendo que não consigo. Tem gente em cadeira de rodas jogando basquete, cegos andando sozinhos na rua,
   Enfim, o desafio começa hoje. Criamos um grupo no WhatsApp para compartilharmos nossas experiências. Fizemos pesagens e tiramos fotos. Vou registrar nossa experiência aqui. Mas já vou avisando, isso não é um daqueles espaços mega motivacionais com gente que segue tudo à risca. Vou contar minha experiência de verdade, as dificuldades, o bom e o ruim. E no caminho, algumas receitinhas permitidas no programa.

Pra começar, Lasanha de berinjela. Tudo permitido. E deliciosa:


  • Refogue a carne moída e tempere à gosto (a minha coloco em fogo baixo, sem nada na panela. Ela começa a soltar água. Coloco cebola e alho, shoyo e pimenta do reino, tomilho fresco. Também gosto de usar páprica defumada pra dar uma corzinha. Aumento o fogo e vou mexendo com uma colher de pau pra desfazer os grumos da carne. A água seca e eu deixo dar uma fritadinha pra ficar com uma cor bonita. Eu faço isso uma vez a cada 15 dias e deixo sempre congelado em porções). Prepare um molho de tomate (o meu, uso uns 5 tomates picadinhos e dois batidos no liqui. Refogo alho no azeite, acrescento os tomates, manjericão fresco, fogo baixo até reduzir e ficar vermelhinho. Geralmente uso açúcar mascavo pra reduzir a acidez, mas açúcar tá proibido, então pra vencer a acidez (se houver) bata uma tâmara junto com os tomates ou acrescente meia cenoura ralada bem fininha ao molho. Para a berinjela, corte no sentido do comprimento fatias de aproximadamente 1cm. Pincele com azeite dos dois lados (sem exageros pra nao ficar oleoso!) e doure dos dois lados em uma frigideira antiaderente. Agora é só montar: Camadas de berinjela, carne moída, molho de tomate. Finalize com molho. Se quiser, pode fazer no dia anterior, cobrir com papel alumínio e deixar na geladeira. Daí é só colocar no forno antes de servir. Fica ainda melhor no dia seguinte. AAAAhhhhh e sem queijo, please! hahahah Foi mal, mas essa foto foi da lasanha da semana passada.Vou trocar a foto assim que fizer a dessa semana.  
(Obs: Tenho alguns posts programados com receitas antigas e que não fazem parte do programa Whole30)



quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Técnicas infalíveis para o café da manhã (recuperados do arquivo jamais publicado de 2011)

Desenterrei uma coisinha que escrevi em 2011 em um blog que nunca contei pra ninguém que tinha. Tinha vergonha, eu creio. Enfim... achei fofinho. Não quis mudar nada. Mas, pra que fique registrado: o namorado agora é marido, meu café da manhã continua bem parecido com esse, e a história da batida de frutas do namorado que agora é marido ainda rende suspirinhos apaixonados <3
Segue texto na íntegra ...
(quer saber o que eu estava ouvindo? clica aqui )

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Acabei de ler um post delicioso aqui sobre coisas gostosas prá começar bem o dia.
Eu nunca gostei muito das manhãs ... Sempre fui uma criança que adorava dormir muito tarde e acordar ainda mais tarde e café da manhã nunca era uma opção. Meu apetite ao sair da cama era quase nulo. Lá pelos meus 20 anos eu ainda saía de casa em jejum todas as manhãs e minha primeira refeição costumava rolar na mesa do escritório por volta das 10hrs e não raramente incluía biscoitos recheados e refrigerante (!!!). Hoje quando penso nessas coisas me dá calafrios ...  Mudei.

As minhas manhãs perfeitas começam com um sorriso, café fresquinho, pão integral com cream cheese, ovo quente e mamão. Mas eu sou muito tolerante. Aceito muito bem certas variações, como por exemplo a vitamina sem leite que o namorado faz, as batidas com iogurte natural que a mamãe é especialista, eteceterá ... Nem sempre dá tempo, nem sempre tem na despensa, mas é disso que eu gosto.
Deixo aqui então, as vedetes do meu café da manhã:

Técnica infalível do Ovo Quente (que eu aprendi com o namorado)

Coloque o(s) ovo(s) numa panelinha com água suficiente para cobrir e leve ao fogo. Quando a água ferver abaixe o fogo e conte três minutos e meio. Resultado: Uma parte da clara durinha, uma parte branquinha e gema mole. Sempre dá certo, mas eu finjo que não sei pq adoro qdo ele faz nosso ovo quente <3

Iogurte Natural sem mistérios (que eu aprendi há muuuuuito tempo atrás não sei onde)

É só colocar 1 litro de leite de saquinho (nunca nunca de caixinha) numa panela de aço inox e levar ao fogo até ameaçar ferver, mas sem ferver. Desliga, espera esfriar até que seja possível mergulhar o mindinho e ficar por 5 segundos sem queimar. Se queimar ainda tá muito quente (hehehhe). Daí mistura meia xícara de iogurte natural (pode ser comprado, tipo aqueles de copinho. Mas tem que ser iogurte natural e não bebida láctea), mexe bem, tampa a panela e deixa descansar no forno (desligado, viu?) umas 8 horas. Dica: Se estiver muito frio, dá uma aquecidinha no forno antes de botar a panela lá. Mas só uma aquecidinha.

Cream Cheese NATURAL (mais gostoso, mais barato que foi adaptado da Pat Feldman)

Sabe aquele iogurte natural ali do andar de cima? Então, pega uma peneira e forra com um filtro de papel (de passar café, sabe?) aberto nas laterais pra caber direitinho. Apoia a peneira numa jarra de vidro, joga o iogurte na peneira forrada e deixa na geladeira por algumas horas. O líquido vai ficar na jarra, e o que fica na peneira é o cream cheese. Mas então ... eu tempero com uma pitadinha de sal e um fio de azeite.

Batida de frutas do namorado (ai, ai ... nunca tinha pensado nessa combinação antes ... ele é um gênio!)

Antes de tudo preciso dizer que a primeira vez que eu tomei essa batida nós estávamos namorando pouco mais de 1 mês, e eu estava com uma laringite daqueeelas. Depois de ficar sem comer umas 20 horas ele me acordou com essa batida linda, carinhosa, dengosa .... tá tá, parei rsrsrsr.
Nem tem medidas, mas é assim ó: Suco de maracujá, banana e mamão. Nesse dia tinha suco natural prontinho na geladeira, mas confesso que às vezes a gente usa aqueles concentrados. Não é a melhor opção, mããããããssss .... Daí ele sentou do meu ladinho e me deu o maior apoio:

Ele: Vai, linda ... bebe só um pouquinho ... vc precisa de alimentar!
Eu: Mas dói pra engolir (doía mesmo, mas tinha uma manha no ar hehehehe)
Ele: Tá, então tenta só um golinho. (todo carinhoso, não deu pra resistir)

Talvez tudo isso tenha deixado essa batida muito mais doce, se é que você me entende ... Mas que ela é boa, isso eu "agarantcho"

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Sobre a gratidão, desencontros providenciais e um ato falho

                Outro dia aprendi num seminário sobre comportamento um tal exercício de gratidão. Ele consiste basicamente em acordar todos os dias e fazer uma pequena lista com as coisas pelas quais sou grata. Confesso que me deu certa preguiça. Mas seguindo meu movimento atual de autoconhecimento, resolvi experimentar.
                O exercício sugeria 5 coisas. Acreditando que eu não teria 5 coisas para agradecer, decidi  que começar com 3 estava de bom tamanho. A primeira lista foi a mais difícil, mas a medida que eu fazia esse esforço de procurar coisas boas pelas quais sou grata mais coisas me vinham à cabeça.  Ao passar dos dias, volta e meia me pagava pensando: “Recebi uma mensagem carinhosa da minha amiga! Sou grata por isso!”; “Uau! Não peguei nadinha de trânsito em plena sexta feira! Sou muito grata por isso!”; “Justo hoje que deu chuva e frio eu posso trabalhar de casa, de pijama e cobertor no colo! Fala sério!Sou muito grata por isso”. E assim, a lista matinal se tornou obsoleta.  Quantas coisas boas eu tenho a agradecer e nem sabia! Serelepe e saltitante... Até que uma coisinha saiu errado.
                Um encontro pelo qual eu esperava e no qual eu havia depositado muitas expectativas foi cancelado. Não foi adiado, foi CAN CE LA DO. Eu costumo resumir minha reação automática às minhas emoções mais fortes como um tsunami. Primeiro a onda recua, calma e serena e as pessoas olham intrigadas praquele movimento. Até que a onda volta e... bem, você sabe como são os tsunamis. Isso era o que eu esperava de mim mesma. Mas no momento em que a onda de sentimentos recuou, eu respirei fundo... e fui arrebatada por uma profunda sensação de calma e gratidão.
                E foi aí que juntei as peças. Ser grata quando as coisas acontecem do meu jeito, no meu tempo e como eu planejei é fácil. Ser grata por receber declarações de amor, sorrisos e gentilezas é muito fácil. Mas o que foi realmente transformador pra mim foi mudar minha percepção de gratidão. Foi reconhecer que em toda situação há uma oportunidade de refletir sobre as minhas atitudes, meus desejos, expectativas e me perguntar: O que eu aprendi com isso? E eu aprendi, mais uma coisa nova.
E por isso, eu sou profundamente grata.
Comecei a escrever isso por causa de uma situação engraçada que me aconteceu. Entrei na padaria pra tomar um café e estava com a cabeça a mil, eufórica com essa epifania matinal e ao invés de dar bom dia ao atendente eu disse “obrigada”. Ele prontamente me respondeu: “Eu que agradeço!”. Rimos da situação, e antes que eu pudesse explicar a confusão ele me diz: “Foi um obrigada tão empolgado e sincero, que não resisti e agradeci também.
Se você cruzar comigo por aí e me ver sorrindo, dizendo obrigada no lugar de bom dia, não me julgue. Nesses últimos dias ta difícil esconder o quanto sou grata. 


(Sobre o texto: Floripa, 25 de Agosto de 2016. (Depois da meditação que não aconteceu. Antes da corrida que durou três minutos, e da caminhada que durou 3 horas. Ouvindo Intro. Loop infinito)

Aaaahhh e por falar em gratidão, se liga nessa panqueca de banana ämerican style". Faz aí e me diz se depois de comer essa lindeza quentinha com manteiga e mel a vida não fica beeeeem mais legal ;)

  • Panqueca de banana "american style": Dois ovos (bate muito bem, eu sempre faço usando mixer, pode ser liqui ou batedeira, tanto faz), acrescenta duas bananas grandes madurinhas (ou três pequenas), 1 colher de óleo de coco ou manteiga,4 colheres de leite (eu sempre uso leite vegetal, mas qualquer um serve, até agua serve) baunilha e canela à gosto, uma pitadinha de sal. Bate bem. Agora coloca 5 colheres de farinha de trigo peneirada, mistura à mão mesmo só até ficar homogêneo e cremoso(se ficar muito duro ou muito liquido, ajuste os ingredientes sem medo. vai dar certo). 1 colher de sobremesa rasa de fermento. Mistura e pronto. Frigideira antiaderente bem quente, untada com manteiga ou óleo de coco. Use uma concha pra medir: uma concha não muito cheia = 1 panqueca. Cozinhe em fogo baixo até que surjam bolhinhas na superfície. Vire e doure do outro lado. Repita com o restante da massa. Sirva quentinha com manteiga e mel. Ou com geleia. Ou com chocolate derretido. Ouve teu coraçao e vai. A vida é boa e panqueca de banana é o café da manhã mais generoso e amoroso do mundo. Tipo colo de mãe. faz aí e me conta. 





segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O efeito "Luz de Velas"

   No meu bairro é muito comum faltar luz, especialmente quando temos chuva ou vento (ou os dois juntos, evento comum considerando que vivemos numa Ilha).
   Me impressiona o quanto vivemos tão conectados à tecnologia que sequer percebemos que deixamos nossa natureza de lado. Há muitos anos, ao fazer um tratamento alternativo para enxaqueca um naturopata me perguntou há quanto tempo eu não andava descalça na terra / areia / grama. Muito tempo atrás, eu respondi. ele me explicou qualquer coisa sobre uma terapia de aterramento e da importância de se "descarregar" do excesso de eletricidade e ondas magnéticas que atravessam nosso corpo todos os dias.
   Enfim... Num domingo de chuva estávamos eu e Léo em casa nos preparando pra assistir um filminho quando ficamos no escuro. Sem Tv. Sem internet. Meu celular com a bateria por acabar. Poderia ter se instalado ali um momento de tédio. Mas apreciamos a companhia um do outro. Acendi algumas velas, abrimos uma garrafa de vinho. Léo pegou o violão, caderno e caneta e sentamos à mesa. Ele, com uma melodia que não saía da cabeça, e precisando de uma letra. Eu, cheia de poemas presos (mas ainda desconhecendo completamente esse fato). 
   Ele ficava tocando, e repetindo ... e me pediu pra escrever uma letra. E eu não fazia ideia de como fazer isso. Na minha cabeça, meu complexo de Bob desenhou um canvas em branco e nada saía dali... Ele tocava aquela melodia, fechava os olhos e se movimentava levemente na cadeira, como num transe ... Completamente absorvido pela sonoridade, pelo movimento ... E me dizia com a voz doce para eu não me preocupar com nada, "escreve qualquer coisa, linda". E eu, vazio. Ele me olhava com olhar doce, "deixa rolar, só sente e vai". E eu, branco total. Ausência completa de pensamento. Pensava comigo mesma: o que esse tema me lembra? Pra onde essa música me leva? E eu, lugar nenhum. Me senti envergonhada de mim mesma. Sempre acho que escrevo muita abobrinha. Mas ele, como sempre, me envolveu naquela sensação de segurança ... Aquela que já conheço. 
   Com o pensamento em branco, respirei fundo e encostei a caneta no papel. E já nem sei como explicar o que aconteceu. Escrevi sem parar, sem pensar, sem reler. Só escrevi. Como num salto, encostei a caneta no papel e pulei sem olhar pra baixo. Foram alguns minutos com a sensação da queda livre no estômago, mas não tinha mais volta. Na última frase, chorei. Não fazia a menor ideia do que tinha acabado de acontecer. Não sei nem dizer de onde saíram todas aquelas palavras. Não eram versos, tampouco um poema estruturado, não havia rimas. Jamais seria uma música. 
   Léo pegou o papel, desenhou coisas de músico para separar as frases e pegou aquele emaranhado de sentimentos escondidos, um pedaço do que sou, juntou com a sua melodia e fez música. Por uma questão de métrica, uma ou duas palavras foram substituídas por sinônimos, mas a letra é basicamente o texto original, que pro meu espanto "coube" na ideia do Léo, também com pequenos ajustes. 

Por hora, esse é o único registro que temos dessa música. E essa foi a primeira vez que eu vi a execução dela em público. Fiquei arrepiada. Ainda tenho sentimentos confusos. Não sei bem se tenho vergonha ou orgulho. 



E pra relembrar a nossa criança interna, uma receitinha especial de leite condensado :)

  • Em uma panela (preferencialmente de fundo grosso) junte duas xícaras de leite com uma xícara de açúcar cristal (usei demerara). Leve ao fogo, mexendo sempre até levantar fervura. A partir daí conte aproximadamente 20 minutos. Durante esse tempo o leite vai espumar e subir bastante, Relaxa que é assim mesmo. Depois de uns 15min fervendo, adicione uma pitada de bicarbonato de sódio e mexa por mais uns três minutos. Depois disso já pode testar usando um pires gelado (coloca um pouquinho no pires gelado e vê se ainda está muito líquido. Se a consistência lembrar leite condensado, tá pronto.) Desligue o fogo, e bata com uma batedeira até esfriar (isso vai deixar seu leite condensado super cremoso e aveludado). Algumas dicas bem importantes: se cozinhar demais, pode ficar duro. Se vc não tem muita prática, depois de 15min de fervura vá fazendo o teste do pires a cada minuto. o leite condensado quente fica muito mais líquido do que depois que esfria. Bater é suuuper importante pra garantir a cremosidade. Dá pra fazer com açúcar branco normal, mas no resultado final vc vai ter um leite condensado meio arenoso, sabe? 
Cremoso e brilhante, já frio e depois de bater ;)

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Ter um blog não serve pra nada.

E foi com esse pensamento que eu já abandonei e depois voltei, para em seguida abandonar novamente esse espaço.
Sempre que eu sentia essa vontade de compartilhar coisas pelas quais eu me interesso, eu voltava.
Para logo em seguida me questionar: Mas pra quê? Quem se importa com o que eu digo ou penso? e por fim chegar à conclusão de que isso seria puro narcisismo, ou sei lá o que.

Dessa vez eu volto por outro motivo. Volto porque adoro escrever e mantenho tudo o que escrevo escondido. Ninguém lê. Ninguém mesmo. Sempre fico insegura, com medo de ter escrito grandes bobagens, de parecer a coluna da Capricho mal feita ou uma versão infantil e mal produzida de Sex and The City, de soar boba ou esnobe, pseudo-intelectual insuportável. Mas dessa vez algo mudou. Continuo escrevendo abobrinhas impublicáveis, gravando áudios enquanto dirijo com ideias malucas que habitam minha imaginação, e quando os ouço preciso usar um fone de ouvido, pq uma vez esquecido o assunto eu mesma fico receosa de escutar.
O que mudou é que já não me importa quem vai ler, se vai gostar, se vai achar graça ou nunca mais voltar.
Essa mudança se deve em partes pelo apoio incondicional do meu marido, meu companheiro e meu melhor amigo. Ele, que há anos me incentiva a deixar as palavras fluírem sem medo ... Ele, que é um artista de talentos múltiplos e um compositor sensível e extremamente criativo enxergou antes de mim que aquela inquietude que me acompanha são poemas presos. Ele, que me conheceu melhor que eu mesma, me pegou pela mão pacientemente e me ajudou a olhar pra dentro. Ele, que me mostrou (e mostra todos os dias) que certos clichês são indispensáveis - a vida foi feita pra ser vivida // cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é // seja você mesmo, mas nunca sempre o mesmo.

Hoje, dou as boas vindas para você que resolveu ser meu leitor. Mas principalmente (e desculpe a sinceridade, isso se trata mesmo muito mais de mim do que de você) boas vindas pra mim. Boas vindas pro meu eu escritor, pro meu eu imaginador, pro meu eu verborrágico e prolixo, pro meu eu de memórias distorcidas.

(E pra quem está se perguntando o que isso tem a ver com comida, aguarde as cenas dos próximos capítulos. Tudo vai fazer sentido. Ou não. )

Trilha do Gravatá // Foto de celular // Com a Chris // Em algum dia de Outono em Setembro.